terça-feira, 9 de novembro de 2010

O ENEM, o orgulho e o descaso.

O ENEM é o trending topic nacional, só se falam nos erros e que vai ser cancelado e que ProUni o ano que vem ninguém sabe ninguém viu. Pois eu não estou aqui pra criticar o ENEM em si, nem pra tomar partido de um dos lados, eu vou falar o que eu penso e eu espero que vocês entendam.

Primeiro, um pouco da história do ENEM que eu achei na WIKIPÉDIA:
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova criada em 1998 pelo Ministério da Educação do Brasil que é utilizada como ferramenta para avaliar a qualidade geral do Ensino Médio no país. Posteriormente, o ENEM começou a ser utilizado como exame de acesso ao Ensino Superior em universidades públicas brasileiras através do SiSU (Sistema de Seleção Unificada). O Enem é o maior exame do Brasil, que conta com mais de 4,5 milhões de inscritos divididos em 1.698 cidades do país.
A prova também é feita por pessoas com interesse em ganhar pontos para o ProUni (Programa Universidade para Todos) e, a partir de 2009, além de servir como certificação de conclusão do Ensino Médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), antigo supletivo, substituindo o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
Fica claro para todo bom entendedor que o ENEM é essencial para o país pois dá a oportunidade de formação, de acesso e também de estudo, visto que baseando-se nas notas do ENEM é possível avaliar a qualidade do ensino. O ENEM também não é uma prova difícil, boa parte dela dá-se da interpretação dos alunos... Lembro bem de ter ido no ano de 2005 (parece que foi ontem!) fazer o meu primeiro ENEM, nervosa, querendo morder o lápis e a caneta até eles se acabarem, unhas então não existiam desde a noite anterior, afinal eu poderia usar a minha nota do ENEM para entrar na tão sonhada faculdade (que eu acabei adiando por questões filosóficas, depois pessoais e ainda não fiz), era um mundo de oportunidades que começava ali, com aquela prova rosa que me foi entregue. Acertei 58 das 63 questões, mais de 70% da prova e na redação atingi a média de mais de 80%. Lembro que quando entreguei a nota para os meus pais, vi um sorriso de orgulho tão sincero, mas tão sincero, que eu me enchi de orgulho próprio também. 63 questões, 4 horas de prova, 3 rascunhos de redação e mais 5 folhas com fórmulas, contas e deduções. Isso era o ENEM quando eu o fiz e eu achava ótimo, achava que era o método definitivo.
Dizem que em time que se está ganhando, não se mexe...



A nota do ENEM virou objeto de desejo quando passou a "dar vaga" para universidade pública e, lógico, a prova teve que ficar mais difícil. Por algum motivo acharam que aumentar o número de perguntas ia fazer com que fosse mais complicado resolver. Aí resolveram que pra fazer a redação precisa de mais tempo, então vamos colocar mais um dia de provas. Ah, se é assim, vamos proibir que os alunos utilizem lápis (!) e borracha (!) e quem controla o tempo são os fiscais, que vão receber um treinamento.
Nada disso aconteceu. Os fiscais não foram capazes de barrar um crime, um jornalista de PE que entrou com um celular e vazou o tema da redação, talvez por falta de treinamento. Agora dizem que a prova não foi auditada, que tinha cartão resposta errado... Sobre as questões erradas eu nem falo, porque acontece mesmo, mas cartão resposta? Prova? A mesma gráfica que, no ano passado, deixou vazar a prova, esse ano pisou na bola de uma maneira muito pior, fora a falta de informações e o descaso para com os alunos.


O ENEM esse ano está servindo para testar a paciência dos alunos, dos pais e das instituições de ensino, tratando com descaso e não assumindo suas próprias falhas inclusive perante o Ministério Público. Uma ferramenta tão importante para o ensino brasileiro está sendo jogada no lixo.

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