sábado, 26 de novembro de 2011

Sobre as escolhas

É fácil escolher mudar o corte de cabelo, mas não é fácil se arrepender depois, esperar crescer, mesmo que tenha sido escolha sua. Se você encarar o corte de cabelo como sendo uma mudança drástica, então suas chances de ter escolhido errado são maiores ainda. Mas cabelos crescem, pode demorar mas você consegue deixar eles do jeitinho que estavam antes. Outras coisas não.

Eu parei de tentar fingir que se eu voltasse no tempo, eu faria tudo igual. Mentira, não conseguiria fazer tudo igual, porque é tanta cagada que talvez eu voltasse, repensasse e aí passaria pelo menos uns 3 anos só dormindo. Eu sei que, independente das escolhas que eu tivesse feito, hoje eu provavelmente estaria no mesmo lugar ou melhor - não teria como ser pior - e, na verdade, olhando pra trás eu sei que por mais insensata que eu tenha sido, podia ter sido e ainda podia ser realmente ruim, mas não é. Prefiro acreditar que o destino me deu uma segunda, uma terceira e uma quarta chance, por mais que eu tenha sido teimosa. Me deu chance de pensar, de refletir, de parar um pouco no mesmo lugar e de me deixar sonhar um pouco.

Provavelmente eu ainda não faço as melhores escolhas, mas eu tenho certeza de que quebrei a cabeça o suficiente pra não cometer erros tão graves. Se eu voltasse no tempo, eu faria tudo diferente, mas como nem DeLorean eu tenho, prefiro começar a pensar antes de cometer erros e ao invés de repetir os antigos, começar a cometer erros novos. No final de tudo, você percebe que você pode, sim, ser diferente, pode errar, pode voltar atrás e pode arrumar tudo - desde que não demore tempo demais pra perceber tudo isso.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Estudar faz bem

Sempre estudei em boas escolas e tive bons professores desde o começo. Mas nem todo mundo teve a oportunidade de ter a Tia Denise sempre paciente para ensinar as contas de dividir e a Popô pra fazer os alunos verem as maravilhas da história diante de seus olhos. Eu acho que o grande problema no Brasil não é nem a falta de escola e de professores, mas sim a falta de estímulo. Crianças que crescem em um lar onde não tem a devida orientação e que são expostas a coisas erradas (e que elas acabam achando normal) não tem vontade ou prazer em ter conhecimento. Eu sei que a realidade é dura, chata, feia, boba, mas é a que temos e precisamos trabalhar para que ela mude. O estímulo dos pais é fundamental para formar bons alunos, não por disciplina, mas ávidos de conhecimento e que queiram um futuro melhor. É, a gente sabe e vê todos os dias que no mercado de trabalho, o que vale é ter um bom curso universitário - e, hoje, não dá nem pra reclamar que é impossível completar o ensino superior com tantas oportunidade de financiamento e o ProUNI.

Eu acho que falta vontade e, aí, vemos um problema cultural também. Eu lembro que, quando estava na escola, o "mais legal" era sair da sala pra ficar no corredor, era o desafio de burlar aula pulando o muro da escola (coisa que eu nunca fiz porque sou gorda hahaha), o bom era sentar com as amigas e atazanar o professor quando a aula era chata... O legal, era ser errado. E eu imagino que isso continue, o cara "respeitado" dentro da escola é aquele que xingou o colega, desrespeitou a professora, levou uma punição na diretoria e os pais não falaram absolutamente nada. Isso quando não apoiam os filhos, principalmente contra os professores. Vi muito disso, também, quando trabalhei em uma escola estadual de São Paulo em 2005. Aquelas crianças não tinham estímulo em casa, não tinham estímulo na escola... Mudou (e muito!) quando entrou a Penha, uma diretora de braço forte que foi lá e reformou a escola e disciplinou os alunos.


É difícil conscientizar, sabe? É difícil fazer eles verem que o menino que fica até tarde na rua pra beber não é o cara legal, é o cara que pode acabar alcoolatra ou,  pior, morto. Eu admiro quem precisa, quer e gosta de ter mais e mais conhecimento, pessoas que são estimuladas desde de pequenos a serem os melhores entre os melhores - e isso é ótimo, porque mesmo quando não são bons, ainda precisam se ver melhores do que a maioria...


Educação é fundamental, aprender é uma delícia e estudar faz bem!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Minha melhor amiga.

Eu nunca imaginei que eu teria uma melhor amiga. Sério, eu tentei muito, com muitas pessoas...
É que ela me vê de verdade, sabe? Até quando eu estou lá, no teatrinho, fingindo que está tudo bem, ela sabe que o que eu mais quero é chorar. A diferença é que ela me diz isso, sem medo. Ela sabe que eu preciso dela.

Amizade é isso. Quando duas pessoas se conhecem e, de alguma maneira, sabem o que o outro sente. Sabem o que é verdadeiro e o que dói. E te apoiam, mesmo que você esteja absurdamente errado. Eles sabem que precisamos tomar nossas próprias decisões e, talvez, bater a cabeça mais uma vez, o que importa é que eles, de alguma forma, estarão lá, pra você, por você.



Nandoca, te quiero con limón.
<3

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Insônia

Não sei errar. Não na vida, que nessa eu já cometi erros suficientes para acordar todo dia, olhar o espelho e pensar "hoje você vai fazer tudo certo. Errei profissionalmente. Não, não foi tão grave assim, mas foi minha culpa, foi uma falha humana - pior, minha.

Sou do tipo que não consegue dormir quando erra. Pode ser uma coisa mínima, mas já me tira o sono por umas três noites e foi justamente o que aconteceu hoje. Aí fico na paranóia do "se" - e se eu tivesse feito isso e aquilo e aquilo outro - mesmo sabendo que, no tempo, é impossível voltar atrás.

Engraçado como um erro reflete até na minha escrita: palavras como "impossível" não deveriam fazer parte do meu vocabulário, assim como a quantidade de "nãos" em um só parágrafo.

Pior que depois da culpa, sempre vem a vontade de abraçar o mundo. A única coisa que eu sei é que eu maximizo meus problemas, tento achar soluções, coloco prós e contras numa lista imaginária e, mesmo assim, ainda não sei bem o que fazer para consertar o estrago. Apagar o incêndio é fácil, limpar e reconstruir os destroços é que demanda disciplina, aplicação e fuerza bruta.

A melhor parte é que eu nunca errei tão feio, tão crasso. Nunca me senti, também, tão burra a ponto de ter trocado datas... Enfim, já foi, não dá para chorar sobre o leite derramado, o que dá para fazer é pegar o pano, limpar e torcer para que a mancha saia.

Agora é a hora em que eu vou maximizar minha potência, meu melhor.

E isso, caros, prometo fazer com excelência.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mudança de vida pede mudança de estilo

Com a consultoria da Nanda, minha amiga e companheira de trabalho, mudarei meu estilo.

23 anos nas costas e ainda me visto como uma adolescente - não dá, né?
Criei o blog O Novo Visual da Carol onde vou falar sobre as dicas da Nanda para o meu tipo de corpo, onde vou colocar fotos do meu progresso, onde vou desabafar quando nenhuma calça couber em mim e onde vou dar dicas de lugares bacanas para comprar roupas e sapatos que caibam no bolso e te deixem mais bonita!

Enjoy :)

terça-feira, 12 de julho de 2011

As coisas boas do mundo ou a primeira carta aberta ao meu namorado

Léo,

são quatro meses, 3 dias e 40 minutos (mais ou menos) que estamos juntos e parece que é uma vida inteira. Não porque eu me sinta entediada ao seu lado, mas porque você me fez abrir os olhos de uma maneira que eu jamais havia imaginado. Eu voltei a ser eu, minhas origens, um pedacinho de matéria brilhante...

Você é o homem mais bonito e incrível que já conheci na vida, por isso quero que todo o resto da minha seja ao seu lado. Você me fez enterrar meus piores medos, fez eu me perdoar pelos meus erros e mesmo relutante, você sempre me entende. Você me vê nua, crua, apática e frágil e eu não tenho medo disso. Eu te vi nos meus sonhos um milhão de vezes e em diferentes formas, mas de algum jeito eu sei que é você e foi sempre você, no cavalo branco, no beijo com gosto de chocolate depois da patinação, ao pegar minha mão e me levar pela praia e foi até você que me salvou daquele castelo bizarro uma vez... Você é o meu herói.

Não há nada que eu queira dizer mais à você do que OBRIGADA.

Você é meu melhor sonho, minha música mais bonita, meu sorriso mais sincero e minha lágrima mais feliz.

Eu te amo, Leonardo e eu serei sua, para sempre se existir tanto tempo assim.

(E acordar depois de cochilar meia hora morrendo de saudade faz dessas coisas com a gente)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dádivas

Sol com frio.
Barulho de motor.
Junk food.
Olhos verdes.
Vibração.
Abraço apertado.
Mãos dadas.
Dinossauros.
Dança.
Beijo.
Casa.

Repita.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nós

Você é meu melhor amigo. Meu companheiro de risadas, de alegrias e de tristezas. Você me abraça forte quando a saudade não cabe mais no meu peito e faz com que eu me sinta segura.

Você é meu futuro. É com você que eu desejo, finalmente, me casar, ter filhos, uma casa na praia nos finais de semana e um lar, de verdade, abençoado, como os que nós crescemos.

Você é minha inspiração. Quando eu te vejo, tenho vontade de cantar, mesmo que eu faça isso muito mal. Eu tenho vontade de dançar na chuva, de ver estrelas.

Eu sei que são só 3 meses. Mas parecem 3 anos. Eu sei que tem muita coisa pela frente. Mas estou preparada para enfrentar o mundo, se precisar.


Eu te amo, Dinossauro.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

De antigamente

Quem me vê falando "antigamente" ri.
Ri porque eu, no alto dos meus 23 anos, acho que já vi coisa demais.

Vejam só: eu vi a internet se popularizar.
Eu vi o celular deixar de ser artigo de luxo.
Eu vi o Sítio do Picapau Amarelo de verdade e o de mentirinha.
Eu vi as fotos virarem todas digitais.
Eu vi a gente gravar em fita, CD e, depois, colocar um monte de música no iPod.
Eu também vi a gente gravar em fita, DVD-R e, depois, colocar tudo no HD externo.
Eu vi as locadoras virarem cult.
Eu vi os filmes da Sessão da Tarde que agora são considerados cult. Na Sessão da Tarde.
Eu também vi um monte de tragédias naturais, ou não, que rolaram no mundo inteiro.
Eu vi as pessoas assumirem seus piores medos, seus maiores defeitos e suas verdadeiras faces.
Eu vi um monte de gente que eu gostava morrer.
E eu vi que é difícil, mas a gente aprende a lidar com isso.
Eu vi a Xuxa decair, vi a Angélica com filhos e a Sandy casando (e devassa).
Eu ouvi um monte de coisa nova e boa.
Eu vi as redes sociais dominarem a web.
Eu vi que o poder de algumas pessoas está nas suas palavras (ou memes).
Eu vi ditadores caindo, revoluções acontecendo e sem tirar o bumbum do sofá.
Eu vi coisas boas e ruins me bombardeando o tempo inteiro...

Eu posso ter só 23 anos, mas eu já vi, ouvi, vivi, senti e perdi tantas coisas, que não me admiraria de ter nascido há 10 mil anos atrás.

I've had the time of my life
No I've never felt this way before
Yes I swear it's the truth,
And I owe it all to you

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A big big fan

Eu era uma menina que tinha meia dúzia de ídolos musicais na vida: Cazuza (que já tinha morrido), Hanson (e você não pode me julgar), Alanis Morissette, Mozart (morto também), Oasis e Pearl Jam. Fim. Naquela época o mais próximo que eu chegava deles, além de ouvir repetidamente, era comprando revistas e mais revistas com posteres e fotos e nhé nhé nhé. Autógrafo? Jamais. Carta? De jeito nenhum. Conversa? Totalmente impossível.

O tempo passa e, claro, os ídolos mudam. Passei a gostar de coisas mais "alternativas", que fogem do lugar comum e, com isso, reciclei meus ídolos e descobri um monte de gente nova legal. Entre Regina Spektor, Adele e Pomplamoose, descobri também uma menina de voz gostosa. Vi um filme bobo de tarde na TV, um dos inúmeros cansativos títulos de "American Pie", mas me encantei com duas músicas - "Say Yes" do fofo Elliott Smith (também morto) e a gracinha "Heartbeats" da Melinda Ortner. Olha, só eu sei o QUANTO eu cacei essa música nos sites de cifras, no youtube, na wikipédia e, finalmente, no Twitter, onde fiz um pequeno elogio e... Ganhei reply! Uau! Fiquei super feliz e tal, mas nessas andanças da vida nem tentei manter qualquer tipo de "contato", afinal, é uma artista ocupada, que tem shows a fazer, etc, etc..

Passa o tempo, passam os dias e as estações, eis que hoje entro no Twitter e adivinha quem me passou suas novas músicas? Melinda. Eu nunca imaginei nenhum tipo de diálogo com meus ídolos e agora tem uma pessoa que admiro a voz e a música ali, pertinho de mim. Eu não me importo de ela ter mandado esse reply para todo mundo que segue ela. Ela mandou para mim.

Obrigada, Melinda. Hoje você fez eu me sentir muito especial!


Ouça as músicas de Melinda Ortner e se apaixone também! :) 

(Joguei no Google Translate, não sei se fará sentido, mas quem sabe ela não arruma um tempinho para ler, né?)

I was a girl who had half a dozen musical idols in life: Cazuza (who had already died), Hanson (and you can not judge me), Alanis Morissette, Mozart (also dead), Oasis and Pearl Jam. End. Back then the closest I got them and listen to repeatedly, was buying more magazines and journals with photos and posters and nhé nhé nhé. Autograph? Ever. Charter? No way. Conversation? Totally impossible.

Time passes and, of course, change the idols. I appreciate things more "alternative" but to flee the place and, with it, recycle my idols and I found a bunch of cool new people. Between Regina Spektor, Adele and Pomplamoose, also discovered a girl sexy voice. I saw a silly movie on TV in the afternoon, one of the many tiresome titles of "American Pie" but I was charmed with two songs - "Say Yes" of fluffy Elliott Smith (also dead) and the cute "Heartbeats" from Melinda Ortner. Look, I know just HOW MUCH I dug up this song on the sites of numbers, on youtube, on wikipedia, and finally on Twitter, where I did a little praise e. .. Reply I won! Wow! I was so happy and such, but those ways of life, nor tried to maintain any kind of "contact ", after all, is a busy artist, who has to do concerts, etc, etc. ..

Time after time, spend their days and seasons, now today I get on Twitter and guess who gave me their new songs? Melinda. I never thought any kind of dialogue with my idols and now have a person I admire the voice and the music there, close to me. I do not care that she had sent this reply to everyone who follows it. She sent for me.

Thank you, Melinda. Today you made ​​me feel very special!
Listen to the music of Melinda Ortner and fall in love too! :)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Meu bem

Algumas coisas você até tenta evitar que aconteçam. Outras te atropelam.

Era uma quarta feira de cinzas. Aqueles olhos cor de oceano, que se olhar direito enxerga até alguns barquinhos, focaram em outros que de tão tristes não tinham forças para ficar abertos por muito tempo. O toque das mãos fez tremer dois pares de joelhos.

Aquele pé que encheu de bolha dormiu feliz. Aquela língua sabor doce de leite queria mais sorvete. Aquele sorriso não queri a se despedir. Aqueles outros pés não queriam ir embora.

Ainda bem que foram.

Melhor ainda, quando voltaram.

Dei licença para colo. Autorizei abraço. Bati carimbo para beijo. Burocracia sentimental, das mais bobas, que eu achava necessária.

Notícia do dia: coração não conhece medo e se joga da ponte.



terça-feira, 3 de maio de 2011

Coração

"Parabéns! Você acaba de ganhar o coração do Léo com direito a todos os mimos e beijocas, para sempre! Para retirar o prêmio é só falar SIM quando ele se ajoelhar e pedir sua mão em casamento!"

Tem como não amar?

"Sweet Home Alabama - 2002"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Bullying

Todo mundo diz que já sofreu.

Quem admite que já cometeu?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bróder

Entre os dias 26 e 28 de abril (anteontem, ontem e hoje), rola o Youpix, um encontro de gente que faz a internet e faz parte da internet. Eu, particularmente, gostava mais de ir no evento num lugar pequeno e conhecer todo mundo, mas porque eu sou egoísta e adoro gente puxando meu saco - quem não gosta fecha o navegador e vai tricotar. Claro que eu fico feliz - mais pela Bia Granja - do evento ter crescido tanto e, nessa edição, ser no Porão das Artes no Ibirapuera e ter pessoas famosas como o Rafinha Bastos.

Famosas?

Eu vi uma tietagem ou outra por lá em cima do cara. Todo mundo quer ser bróder, quer tirar foto, quer contar uma piada que acha super engraçada (dica: ele não quer ouvir), mas não é aquela coisa beatlemaníaca que eu imaginei que seria. Até não muito tempo atrás, quem aparecia na televisão era, para os pobres mortais, alguém num patamar superior porque "oh, ele é famoso!". Hoje você dismitifica o cara que aparece na TV - ele é famoso porque o Brasil inteiro conhece a cara dele, mas ele não é mais inacessível, ele não está mais acima do bem e do mal, ele até te manda reply no Twitter se você mandar alguma coisa que vale a pena (se não respondeu no terceiro só leia e pare de insistir).

Procurei uma foto do Rafinha no Youpix pra colocar aqui, mas não achei. Todos chora.


A nossa geração matou o "famoso" e criou as "subcelebridades", matou o "cara da TV" e criou o "cara normal" - e isso é ótimo. É bom ter os homens e mulheres da TV como "exemplo" (entre aspas porque Flora não é pra ser seguida), mas eles não precisam mais ser as pessoas que ditam a moda (beijo pro Clone), não precisam mais ser as pessoas que ditam comportamentos (o Mocotó tá gordo, de cabelo curto e ataca de DJ) e, principalmente, não precisam mais influenciar na personalidade das pessoas (Viúva Porcina me despreza)...

Tolinha.
No final, eu fiquei feliz do pessoal tirar fotos com o Rafinha Bastos e eu, no alto da minha relevância, poder ver isso e achar fofo. Um fato? Eu prefiro mesmo não ter a responsabilidade de estar no lugar dele...


quinta-feira, 14 de abril de 2011

I'm still alive

Eu comecei mesmo a gostar de Pearl Jam por conta de uma prima minha que tinha todas as músicas gravadas. Gostava de Black, naquela parte que dizia "I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star in somebody else sky, why can't it be mine?", mas a música que Eddie Vedder gritou e que mais me marcou foi Alive.

A letra da música, em si, não tem nada de especial (e música é como gosto, cada um interpreta de um jeito), mas o refrão é forte demais. I'm still alive, eu continuo vivo.

Viver não é difícil a princípio, quando você sabe que a sua grande responsabilidade é tirar boas notas na escola, comer seus vegetais e lavar direitinho atrás da orelha. Só que dura pouco, porque a pressão começa a crescer, você precisa acordar cedo pra ir para a escola, precisa passar no vestibular, precisa arrumar um bom emprego, precisa de alguém pra compartilhar seus momentos, precisa planejar sua próxima festa de aniversário, precisa casar, precisa ter filhos... Quando você se dá conta, como eu tenho me dado agora, uau, como é difícil viver. Se manter vivo é fácil, viver mesmo, aproveitar o dia, o final de semana, a hora do almoço, isso sim é muito difícil...

Quando pequenos somos levados a acreditar em uma vida ideal. Nossos pais não nos deixam escolher demais e reclamam se bebemos coca cola no café da manhã. Você cresce e escolhe comer cheetos no café da manhã, você usa o seu tempo livre pra ver TV e ficar na internet, você deixa de respirar pra poder ficar no conforto estofado do seu carro... E tudo isso por quê?! Eu não sei. Eu não sei porque algumas pessoas se esforçam tanto sabendo que não vão chegar a lugar nenhum, eu só sei que sou uma dessas pessoas que lutam, que choram, que batalham, que arriscam e mesmo sabendo que eu vou chegar no mesmo lugar em que todo mundo vai chegar um dia, eu fico feliz. Feliz porque eu ainda estou viva.



quarta-feira, 23 de março de 2011

Ciúme

Confiar não é necessariamente a fórmula para não sentir ciúme. Você confia numa pessoa, totalmente, mas ainda assim não consegue ver ela conversar com alguém (alguém X geralmente) sem sentir um aperto idiota no peito, que você sabe que é desnecessário, que você sabe que é babaca, mas que ainda assim está ali.

Eu entendo o ciúme, mesmo não sentindo muito ciúme.

O que não entendo é como as pessoas podem sentir algo no peito que incomoda e, ainda assim, ficarem quietas. Abaixar a cabeça para seus sentimentos é a coisa mais idiota que você pode fazer, porque quando tudo começar a ficar mais difícil de segurar você vai soltar as coisas mais estúpidas todas de uma vez, vai vomitar tudo de ruim que você guardou na pessoa que, naquele momento, não precisa ouvir tudo isso.

Eu acredito que a base de todos os bons relacionamentos seja a sinceridade. Ok, a capacidade de construir uma rotina e ainda assim suportar o outro é importante, mas avisar isso pra ele é muito mais... Meu pai sempre teve ciúme da minha mãe, a ponto de ela ter me contado escondidinha sobre o outro "possível namorado" que ela teve na adolescência. Meu pai sempre teve ciúmes de mim, do meu sobrinho e da minha irmã, mas ele nunca falou, só dá pra ver nos olhos dele. Nesse caso, não é porque ele fica suprimindo isso, é porque ele sabe que vai passar, que é só momentâneo, que ele não precisa guardar o ruim disso no peito, só a parte boa. Sim, até o ciúme tem uma parte boa: quando você olha pra cara da outra pessoa e percebe que ela jamais faria aquilo com você.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Canção

Você não escolhe quando vai gostar de alguém de verdade, mas é uma escolha só sua ser feliz.

Hoje eu queria escrever uma canção para você e colocar nela tudo que eu guardo dentro do peito, por mais que isso me deixe exposta, em carne viva, viva... Eu queria cantar alto, pra todo mundo ouvir, queria berrar e atrapalhar o sono de todo mundo, queria mostrar o quanto essa música é importante e o quanto me faz sorrir.

Eu queria poder mudar o mundo, mudar as pessoas, fazer com que me ouvissem e, uau, essa canção é a melhor maneira de fazer isso! Você entende a dimensão da inspiração? Entenda o tamanho da felicidade? Entende o aperto no peito que a distância mínima trás?

Meu mundo gira por você. Minha cabeça pensa em você. Meus pés caminham para você. Eu não sei se é sorte, se é destino ou se é mera coincidência. Eu só sei que hoje, agora, eu quero escrever uma canção para você.


quinta-feira, 17 de março de 2011

Holiday

Deixá-la em casa naquele dia o tinha torturado. Sua cabeça era uma confusão de pensamentos, mas sentia que aquela garota que o fez rir era especial. Só conseguia pensar em como era bom estar perto dela e como a desejava mais e mais e mais ao longo do dia. Não admite, mas está apaixonado.

Vê-lo indo embora a incomodou. O coração pulsava enquanto, assustada, tentava fugir do que quer que fosse aquele sentimento enorme, viral, que tomava conta de todo o seu corpo, que inflamava a necessidade de vê-lo novamente, de senti-lo novamente, de apaixonar-se incondicionalmente por ele.

No dia seguinte, entre os mais tórridos beijos e os mais sinceros abraços, Ela baixou a guarda, conferiu a Ele uma chave mestra que abria todas as portas do seu consciente para o que viria. Ele, por sua vez, entregou a Ela, numa caixinha dourada, seu Coração. Ele sabia o quanto seria difícil chegar ao dela, mas dela ter se disposto a dar a chave que abriria as portas para isso, uau, tinham um grande avanço.

Naquele dia, Ele descobriu que é Ela. Naquele dia, Ela já desconfiava que é Ele.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Date II

O lugar em meia luz não parecia tão bom até o pedido chegar.

Ela olhava nos olhos, se impôs, mostrou suas opiniões e falou e falou e falou. Ele, tímido, escutou e depois contou suas histórias. Eram parecidos demais. Ela sentiu um calafrio quando a mão Dele finalmente tocou a Sua, não queria mas o coração disparou sozinho, não podia demonstrar mas percebeu que a mesma mão, agora, deu uma tremida. Ele precisava ter ela por perto, sentia que precisava dela, mas não poderia demonstrar, a guarda era alta e depois de tanto se machucar, você torna mais difícil a entrada desses pensamentos em sua cabeça, mas Ele não conseguia segurar, Ela invadiu cada milímetro da sua cabeça.

Ele adora sorvete, Ela gosta de sobremesa e nessa cidade enorme deveria ser mais fácil encontrar a solução. Caminharam falando sobre como encaravam relacionamentos. Bobinhos. Ela tem tanto medo do que sente que teme entrar em pânico e sair correndo a qualquer minuto. Ele não sabe mais lidar com o que sente. Os Dois se olham novamente e, como num movimento mecânico, aquele primeiro beijo deveria mesmo acontecer.


terça-feira, 15 de março de 2011

Date

O tempo ameno do outono já começava a tingir o chão de folhas secas quando Ela recebeu um e-mail. Não imaginava que algo tão simples poderia mudar sua vida, então respondeu como achava apropriado e então estava marcado o encontro. Não sabia o que viria e o que pensar, mas sentiu aquele frio na barriga característico de uma aventura nova, todo corpo e alma não passam disso para Ela.

Ele ouvira falar daquela menina com entusiasmo, sabia que a carne nova lhe faria bem e decidiu investir. Mandou um e-mail que teve uma resposta tão simples quanto engraçada. Sorriu. Teria que correr contra o tempo para encontrá-la, mas valeria a pena pelo que viria depois. Ele só não sabia o quanto.

Encontraram-se naquela escada e o crepúsculo já avançava, a metrópole se acendia, mas a única luz que Ele via era a dos olhos Dela. Orgulho não o deixaria falar que havia borboletas em seu estômago. Ela desconfiava de que era pegadinha do Faustão. Corria os olhos pela multidão procurando explicação para a emoção que a deixava a ponto de chorar.

Partiram então para a aventura Dela, com o entusiasmo Dele e as consequências que nenhum dos dois babacas previram.

Pequena Miss Sunshine

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Dom

Algumas situações tem o dom de inspirar. Ontem mesmo aconteceu. Nessas inspirações eu crio personagens fantásticos, fadas açucaradas e pequenos elfos travessos, tomo gosto pela fantasia pra fugir da realidade nem que seja por meia hora.
Ter os dois pés no chão o tempo inteiro não é fácil. Manter a cabeça erguida por mais esdrúxula que seja a situação, agir sempre com a razão e nunca com o coração, aceitar condições inaceitáveis pra suprir carências inexistentes e aí você chega num ponto em que sonhar se torna impossível porque a correria do dia-a-dia te consome.

Quando acontecem essas pequenas coincidências que a vida insiste em tirar de você no dia seguinte, eu aproveito e com todas as minhas forças. Eu crio, eu invento, eu mergulho de cabeça naqueles quinze minutos de inspiração constante, contínua e límpida, mais pura do que qualquer outra. Dura pouco, mas dura pra sempre.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Fall

Just because she likes the same bizzaro crap you do
doesn't mean she's your soul mate.


Minha cabeça vive uma bagunça total... Se eu não sou feliz profissionalmente, eu não consigo ser feliz em mais nada, por mais que eu tenha as meninas que moram comigo sempre por perto, por mais que algumas (poucas) pessoas consigam me fazer sorrir e por mais brilhos açucarados que meus olhos saiam espalhando por aí. Não é por ser workaholic, é só porque quando uma coisa tão importante fica torta do jeito que tem estado, parece que arrumar aquilo vira prioridade da razão - e de passional eu não tenho absolutamente nada - por isso eu tento mudar, melhorar, eu deixo as pedras de lado, eu não vou armada, eu vou limpa de consciência e espero que seja o suficiente, mas nunca é. Perde-se a vontade e pronto.

É por isso que eu não entendo essa necessidade das pessoas de estarem com alguém, de se armarem, de criar necessidades que não existiam. Alô, sai, me deixa sozinha, eu preciso de mim e só de mim um pouco. Eu preciso sair num sábado a noite e chegar dando risada, sozinha. Eu quero poder ir onde me der na telha, a hora que me der na telha, sem alguém ligando preocupado no meu celular... Sabe, sou independente, pago minhas contas sozinha, não preciso de alguém como meu pai ou minha mãe enchendo o meu saco. Eu gosto de como está, de voltar pra casa sem ter o compromisso de precisar falar com alguém, só contar o meu dia caso a Theopi me pergunte no café da manhã, de sair sem precisar me preocupar com outra coisa além de quão gelada está minha cerveja, poder voltar pra casa e não ter que encontrar ninguém no dia seguinte, não chegar atrasada pra compromisso nenhum como se isso fosse uma afronta e pagar no bar só aquilo que eu consumi...



Se é pra escolher, eu prefiro continuar dentro da minha casquinha, meu casulo, que se você joga muito pra cima mata toda a beleza que tem dentro, justamente por isso eu fiz o meu tão escondido, mas tão, que ninguém vai achar, ninguém pode achar. Lá no fundo existe uma borboleta, mas pra libertar precisa de mais do que um jantar, um cinema e todo o resto que você acha muito especial... Tem que fazer com que seja incondicional, puro, simples e mais doce que marshmallow. Sim, é mais difícil do que parece a princípio.



(O que eu tenho de Summer [e depois de Tom] é a certeza de que toda essa conversa sobre apaixonar-se não passa de um Conto de Fadas... Passa-se a vida inteira ensinando para meninos e meninas que amar alguém é a solução para os problemas quando na verdade você precisa amar a si mesmo antes de qualquer outra pessoa, porque assim - e só assim - você consegue determinar com certeza o que é melhor pra você sem sofrimentos, sem chororô, sem todas as paranóias que as pessoas insistem em achar que são sinônimos de um sentimento que não precisa ser nada além de simples. Ao contrário do que alguns podem pensar, não fico baseando minha vida em filmes, mas quando me disseram [com um pouco de raiva] que eu precisava ver esse filme, fiquei curiosa, mesmo. E, mesmo que não tenha nada a ver comigo, tem muitas verdades ali, como essa aí de cima.)

500 Dias Com Ela
We Heart It

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os Homens Já Mortos da Minha Vida - E sua relação com a Sociedade

Karl Marx foi o grande ídolo da minha adolescência até eu conhecer três caras que mudaram minha visão de sociedade. Eu achava que o comunismo e o socialismo eram a solução para tudo, que agricultura de subsistência daria certo e que ninguém precisa de dinheiro pra sobreviver. Tentei até ostentar um sovaco cabeludo na época, mas meu senso de higiene falou mais alto.

Marx é utópico. A sociedade precisa aprender a viver em sociedade antes de ser livre. É por isso que a Justiça se faz tão necessária. Como a Paulinha me explicou, existem quatro verdades: a verdade do réu, a verdade do juíz, a verdade da vítima e como tudo aconteceu de verdade - o que só os envolvidos sabem. Nós temos nossos segredos e, principalmente, nossas limitações, por isso é impossível acreditar que se fosse tudo livre, não teríamos abusadinhos - mesmo que fosse ensinado aos cabeças de bagre desde criança que aquilo era errado, eles ainda fariam justamente por ser errado. A sociedade é feita de regras que são quebradas por idiotas o tempo inteiro, num grande paradoxo, se você quebra as regras você é melhor que o outro. Vai entender...

Quando li "Admirável Mundo Novo" tudo que eu imaginava sobre sociedade foi pro saco. Estamos caminhando pra opressão televisiva (e cibernética também, não negue) enquanto livros, conhecimento prático, o bom e velho "mão na massa" ficam com as mazelas menos favorecidas. Eu tenho a leve impressão, às vezes, que a Nova Classe Média só lê o que está escrito na wikipédia e de lá vem todo seu conhecimento a respeito de autores renomados que são comentados na Baixa Augusta... Eu espero que seja só impressão minha, sinceramente, porque aceitar que o mundo vai mais e mais pro condicionamento humano do que para o conhecimento pleno me tira todas as esperanças... Enfim, foi o primeiro cara que me mostrou umas verdades me dando tapas na cara, uma coisa meio "olha como a televisão de idiotiza, vai, fica presa nela, daqui a pouco vão te dar pílulas e você só vai conseguir usar e ver televisão e será sua FAMÍLIA, a única coisa que você adorará enquanto não consegue sentir nada pelas pessoas, enquanto não se apega a ninguém e vive numa ilusão onde a realidade é muito mais cruel: você vai estar sempre sozinha". Caiu a ficha, sabe? Não que a televisão seja a culpada de todas as coisas ruins do mundo, não é, mas ela te dá apenas um lado da moeda, é parcial e pragmática. Não acredito também no romantismo oculto nisso tudo, que é justamente a busca pelo conhecimento, mas acredito que se você mexe a bunda do sofá e vai fazer alguma coisa de útil de verdade, você já tem um conhecimento mais elevado do que da maioria das pessoas ao seu redor.

Aí li Machado de Assis. Eu já havia lido e resolvi ler de novo, sem aquela obrigação de interpretar capítulo por capítulo como a apostila da escola pedia. "Não, agora eu posso devorar o livro e é o que eu vou fazer". Se você quer saber, Machadão é um dos meus caras mortos favoritos. Tudo o que ele mostra pra você é o que se consegue ver quando olha-se em volta. Você vê as pessoas ricas, as pobres, as submissas, as traídas, as infelizes, as amarguradas, as decepcionadas e ao mesmo tempo você consegue ver como a sociedade - principalmente a nossa - é aristocrata e mesquinha, vil e desconfiada. Não vou entrar nem no mérito sobre o pai do bastardinho ou da frieza da Capitu, não é isso em jogo nesse momento, mas sim no idealismo oculto do próprio Casmurro, em como ele via o mundo de uma maneira única. Quantas vezes você parou para olhar pela sua janela e realmente olhar?

Aí conheci meu grande e querido Nabokov. Tinha uns 19 anos quando li Lolita e não achei tudo isso, até ler Glória. É INCRÍVEL. Fica na minha lista de leitura essencial, porque mostra todo o romantismo e ao mesmo tempo toda a crueldade que existe no conceito de "liberdade" que a gente aprende por aí. Glória tem o casal romântico, tem as brigas, tem as disputas por atenção mas tem, acima de tudo, uma naturalidade que faz com que você queira ser Martin e queira estar em Zoorland, porque você sabe que aquele mundo é o ideal... E aí você olha pra dentro de si e percebe que na verdade esse mundo ideal é seu, é você quem faz. A sociedade pode se deteriorar o quanto quiser que você ainda estará porque é forte, porque pode, porque quer e porque buscou isso...

No final, todos eles buscam um ideal. O que é um ser humano sem um ideal? O que você faria sem um objetivo sequer? Qual o problema de ser diferente, de pensar diferente, de não acreditar em instituições pré estabelecidas? Você precisa mesmo ser igual aos outros? Você já se fez alguma dessas perguntas?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A incrível arte de fazer tudo errado...

Minha adolescência só não foi mais traumática porque eu tinha uma companheira de todas as horas, minha prima Larissa - a Lara em casa e a "Freira" para os amigos.

Ela me apelidou de Bafo's Girl. Eu morria de vergonha desse apelido até constatar que todo mundo tem bafo de cabo de guarda chuva mergulhado no chiqueiro quando acorda. Ela tentou bravamente me orientar para coisas simples, bobas, mas que só agora eu entendo e dou atenção.

Eu errei com ela. Errei feio. Ela me perdoou, mas a nossa relação nunca mais vai ser a mesma, até porque quando a gente cresce - e nos tornamos menos insuportáveis (como ela sempre me falava) - passamos a dar importância pra nós mesmos e começamos a ter muitas responsabilidades que nos tomam todo o tempo e a razão. Uma boa faculdade, um emprego legal, ajudar na casa, morar sozinha, ralar pra ter uma grana sobrando no final do mês... Quem falou que é fácil se enganou completamente.

Eu entendo a separação e hoje eu sei que a nossa fase, juntas, foi a melhor de toda a minha vida. Sem a Freira, eu teria saído dos eixos e seria uma pessoa muito amargurada. Com a Freira eu cometi erros dos quais me arrependerei pelo resto da vida, mas que foram necessários pra fazer quem eu sou hoje. Eu ainda erro, muito, com um monte de gente... Mas hoje eu não erro mais comigo e essa é a lição mais importante que a Lara me ensinou.

Obrigada.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Só uma vez

Só uma vez eu queria ter um "encontro", aquela coisa de cinema, hora marcada, me pega em casa, jantar, muita conversa, um vinho de uma cartela de verdade, me levar em casa e não sair com o carro até eu ter entrado no prédio, ligar no dia seguinte pra saber se está tudo bem, ligar no final do dia pra dizer que sente saudade, segundo encontro, a vontade de ficar junto aumenta também, terceiro encontro, ligações só pra dar bom dia e boa noite, um e-mail com uma música pra mim, um beijo no pé da orelha e escondidinho, mãos dadas como adolescentes, um olhar diferente, sexto encontro, acordar junto com bafo, ouvir que mesmo descabelada e sem maquiagem eu sou linda, vigésimo encontro, um puxão de orelha por mau comportamento, uma reconciliação, trigésimo sexto encontro, escovar os dentes juntos e sair correndo pra trabalhar, nonagésimo oitavo encontro, fingir que estou dormindo e ouvir que sou a mulher da vida inteira, encontro oito mil trezentos e noventa e sete, família reunida, papel de parede ou suvinil, sofa ali, microondas novo, notícia boa, chá de bebê, fraldas, noites sem dormir, encontro vinte e quatro mil e quinhentos, naquele lugar do primeiro, o mesmo vinho, o mesmo olhar apaixonado...

Eu poderia querer tudo isso, tudo mesmo, mas eu me contento em ficar só até o terceiro, só uma vez, só pra fazer diferente.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Experiências

Na minha ânsia por ser escritora, já fiz algumas coisas das quais me arrependo.

Li em algum lugar que anotar características de pessoas aleatórias na rua poderia ser um excelente exercício de criação de personagem, então lá fui eu, caderninho na mão, caneta no bolso e um shopping lotado. Foi quando eu descobri que infelizmente eu tenho sérios problemas em caracterizar pessoas. Alto, baixo, cabelo comprido, curto, loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, ladrão, polícia, capitão... Isso tudo é muito fácil de descrever, o grande problema é quando você precisa dar personalidade pro seu Frankenstein, quando precisa dizer se ele sabe amar ou se matou alguém... É aí que me perco e começo a misturar tudo, enfiar no cérebro dele características que não existem de verdade e, pronto, me sinto culpada. Eu não conheço aquela pessoa, como eu posso ousar imaginar quem ela é?

Fiquei com medo de um dia parar alguém, um possível personagem, na rua e perguntar se, de fato, ele já havia matado alguém...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sono dos justos

Nada melhor do que ter uma cama boa. Aquele colchão de espuma que fica com o formato da sua bunda gorda deitada nele todo dia não é legal. Tem que ser um colchão de mola, meio duro mas confortável e espaçoso. Cama pequena, não rola, principalmente se você tem mais do que 170cm e 75kg (diminuo o peso o quanto eu quiser e você que é feio?).

Minha cama eu vou comprar em suaves parcelas da companheira de apto, a Paulinha. Melhor negócio que eu já fiz na vida! A cama é de solteiro, mas é um espetáculo, eu não preciso nem dormir muito pra dormir BEM.

Não sei vocês, mas sem uma boa noite tarde de sono, eu sou só matéria orgânica rastejante. Dormir bem me deixa alegre, me faz ser mais educada que o normal e até distribuo abraços grátis. Acordar revigorada é a melhor de todas as melhores coisas do mundo.

A minha cama eu não divido com ninguém.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Decisões

Quando você é criança e vê os adultos brigando, não se dá conta do quanto aquilo é necessário. Cada discussão terminada em sorvete de chocolate, bico e um sorriso amarelo é essencial para que o ser, como humano, saiba tomar importantes decisões para que você, pequeno ser, seja feliz no futuro.

Isso posto, tive que encarar pela primeira vez em toda a minha vida de Quase Adulta, uma dessas discussões. E foi com a pessoa que eu menos gostaria: meu Pai.

Conversar sobre pagar o próprio aluguel, comprar a própria cama, lavar as próprias roupas e - o campeão de medo de 11 em cada 10 pais - cozinhar foi muito mais difícil do que eu imaginava, não por ser a segunda dessas discussões, mas por meu pai ainda não querer que eu seja independente. Ainda mais que ele completou 72 anos e a última coisa que ele queria é ver a filha dele debandar de vez...

Família a gente não escolhe - ainda bem, porque eu tenho dedo podre - mas a gente tem que saber a hora de deixar que a família se vire um pouco sozinha, por mais que isso seja  dolorido e que saibamos o quanto pode nos magoar.

Quando tomei a decisão de ser independente, de ser quem eu sempre fui e tinha escondido na caixinha de música porque tinha vergonha, de dar a cara a tapa e de me tornar melhor, eu não sabia que seria tão difícil, mas eu fui lá e fiz.

Se eu, que tinha milhões de segredos embaixo do travesseiro consegui, qualquer um pode, só falta mesmo tentar.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Meu Velho

Eu não sei como será a minha vida quando eu tiver 33 anos. Ou 43. Ou 53. Mas eu sei como eu quero que seja a minha vida quando eu tiver 72. Eu quero ser como o meu Pai.

Seu rosto já é coberto de rugas, de preocupações e de histórias. Ele tem a palma da mão fininha por ter trabalhado numa fábrica de corda aos 10 anos de idade. Ele tem os olhos pequenos e medrosos do menino que apanhava da professora e por isso tem raiva de ler. Papai tem a vitalidade que eu nunca tive na vida, tem o gosto por pequenas grandes coisas e, em toda a sua sabedoria, tem lá seus medos também. Desde que perdeu minha Mãe, ele reclama de ter que fazer comida e lavar a louça, sai de casa pensando em não voltar mais mas depois de 10 minutos na rua quer fazer tudo correndo pra voltar pro seu teto. Conquistou tudo com muito, muito esforço. Papai é um cara difícil, mas é sensível, ele não tem vergonha de chorar. De todas as qualidades e defeitos do meu velho, chorar e não ter vergonha é a que eu mais admiro.

Homens que choram são aqueles que tem coração, aqueles que são capazes de amar - por mais que não queiram ou aceitem isso -, são homens que tem marcas profundas que eles ignoram na maior parte do tempo e que são fortes o suficiente pra deixar cair a máscara de Super Homens para demonstrarem suas fraquezas.

Com meu Pai aprendi a lição mais importante de toda a minha vida:

"Fraqueza não é chorar ou demonstrar o que sente, o verdadeiro fraco é aquele que tem medo dessas coisas"

Parabéns, Papai, pelos seus 72 anos de luta, de história, de perseverança e de amor.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Para os outros e para mim

Nessa busca pelos meus personagens fantásticos que habitarão o imaginário popular, me peguei pensando novamente em quanto sou egoísta. Eu não consigo escrever para os outros lerem, não sei receber elogios sem achar que na verdade estão rindo do texto e não entendo como o que é bom pra mim pode ser bom para os outros. Mas, mesmo assim, eu tenho a coragem de vir e expressar tudo isso aqui, num blog.

Ter um blog é como despir-se na frente de uma construção inacabada: os pedreiros vão olhar pra você mesmo que seus peitos batam no umbigo e que a sua bunda seja uma lua cheia em dia de verão, muitos deles vão elogiar mesmo que você seja (ou se sinta) a própria Globeleza depois da guerra, da tempestade e do tsunami. O problema é quando rolam os comentários negativos e revoltosos, que são como um tiro de .22 no coração, com a ponta da bala oca, que é pra causar mais estrago... Dói quando você se esforça para escrever um texto e não recebe comentários legais, dói quando alguém dá risada e quando te criticam com ou sem razão, só que foi você que escolheu tirar a roupa na frente de todo mundo e se você tem coragem para mostrar tudo assim, sem medo do que pode vir a acontecer depois, tenho uma notícia que vai te interessar: Você É Especial.

Eu me sinto especial por ter a capacidade de elaborar, mesmo que muito porcamente algumas vezes, ideias em forma de palavras, contar histórias usando todo o vocabulário adquirido em anos de escola e livros. Eu não tive medo de arriscar antes, mas nesse mundo de blogs, onde é tudo muito mais explícito e carnal, eu não sei se eu consigo realmente colocar tudo pra fora.

E como uma pessoa insegura num palco gigante pela primeira vez, a minha vontade é de sair correndo pra vomitar, mas eu sei que, de alguma forma, me sinto na obrigação de não decepcionar vocês. Mesmo que vocês só existam na minha imaginação.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Diagnóstico

Pensar excessivamente em pessoa ou situação caracteriza um quadro clínico latente, mesmo que o paciente esteja em completo estado de negação.

Tal estado mental é descrito pelos poetas e pela cultura popular como "paixão".

A psiquiatria deveria encarar como patologia incurável.

O remédio para tal quadro é o tempo.



Eu escrevi essa brincadeira numa agenda em 2003, quando achei que estava loucamente apaixonada pela primeira vez. Não era paixão, era só uma pústula emocional.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Fruta da época

Se eu tivesse 23 anos em 1988 - o ano em que fui cuspida ao mundo - seria uma pessoa bem estilosa.

Calças com a cintura alta, camisetas, tênis surrado no pé, nos dias de glamour lápis preto e algum batom berrante na boca e pronto, o estereótipo perfeito do restrito código de vestimenta 80s.
No mais, o grande charme dos Anos Dourados de muita gente, eram os seus cabelos. Nada de kolene e chapinha para desarmar a moita, naquela época o permanente era rei, quanto mais alto, volumoso e enrolado era o seu cabelo, mas pós-punk-alternativo você era. Ok, não sei se era tudo tão simples assim, talvez não fosse, mas nas fotos da minha irmã (que tem 43 anos), todo mundo usava o cabelo pra cima - o horror dos cabeleireiros modernos.

A verdade é que além de usar o dress code da época, o meu cabelo é o retrato da rebeldia: enrolado, armado e vive bagunçado. Isso me faz crer - aliado ao fato de que me modernizei musicalmente há pouco tempo - que nasci errado. Eu me atrasei, fácil, uns 18 anos.

A parte boa de ter esse style 80s é que, agora, moda se renova, tudo que é diferente é estiloso então, no final das contas, não fujo muito do padrão...

Cadê a sua chapinha agora?
A conclusão desse post está muito na cara: eu poderia ter me adiantado 18 anos e ter vivido todo o lifestyle 80s, mas foi bom ser um espermatozóide paciente, já que tenho todo o visual 80s no seu grande revival sem precisar achar Legião Urbana supercool.


(Fonte da Imagem)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ego-ísmo

Um dia escasquetei que escreveria um livro de contos. Eu teria belas paisagens pitorescas e animados personagens geniosos (não geniais), falaria sobre a sobriedade humana diante dos problemas mundanos e daria doses homeopáticas de tapinhas na sociedade individualista em que somos meros figurantes.

Consegui?
Claro que não.

Eu sou a sociedade individualista. Não consegui escrever um texto sequer sem vislumbrar toda a minha frustração como pessoa dentro de personagens bobos, tão ou mais patéticos do que eu. Não tenho a licença poética de pessoas como Rubem Braga ou Rob Gordon. Não consigo fazer personagens sem um "quê" da minha personalidade insossa, o que acaba em histórias roubadas da minha vivência, sempre baseadas nos meus erros e com tantas referências a pessoas que passaram pela minha vida que teria de pedir seus Direitos caso um dia o livro fosse publicado.

Foi por puro egoísmo que deixei o plano de ser escritora para a Próxima Vida (que começará em 5 anos caso meus planos dêem certo - o que não inclui Morrer).

Meta do dia: Aprender a Imaginar.
Meta atingida: Melhoria no Vocabulário.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Faço, desfaço, refaço...

Tem épocas da minha vida que são indescritíveis. Não dá pra escrever por nada, sem vontade, sem prazer e eu tive um final de ano desse tipo... Não que escrever seja ruim, ao contrário, é minha redenção, mas tem dias que não sai, não vai, não anda e mesmo empolgada com o meme das antigas, resolvi dar um hiatus de férias mentais para mim e, consequentemente, para o blog.

Agora retomo minha incessante busca às interpretações do cotidiano, as desopiladas do corpo e da mente e aos pequenos prazeres das palavras.

O vocabulário melhorou, tenho lido bastante: estou na releitura de "Tópicos Especiais Em Física Das Calamidades" e no final do ano li "A Estrada da Noite" - apesar do meu ceticismo em bons livros de terror.
Livros são totalmente imaginativos, considerando eu o terror, o suspense, o misticismo e o lugar comum disso tudo são separados por uma linha tênue, tem horas que é impossível ter uma boa ambientação da história de modo a transportar o leitor para dentro da narrativa e causar arrepios. Não tive nenhum arrepio, Joe Hill. E seu pai, Stephen King, também nunca conseguiu me fazer esconder a cabeça embaixo das cobertas... O único autor de terror que já me fez ter pesadelos foi H.P. Lovecraft mas aí entramos num nível acima que pai e filho não alcançaram. Não que eu abomine, mas muitas vezes fica bobo, mas claro que essa é minha opinião e como eu sou chata, muito chata, não merece nem ser levada em consideração pelos fãs...

No mais, a vida está boa. Os projetos começam a tomar forma, o que era antes um borrão agora já tem linhas distintas e a tendência é melhor. Ninguém tem o poder de te fazer pensar positivo, mas o Universo já provou que quem corre atrás com vontade, sempre consegue, certo?

Desejo a todos vocês, queridos 3 leitores, meus sinceros votos de um Ano Novo espetacular, com muita saúde, sucesso e vontade de seguir em frente... Todo o resto é consequência.